Apesar do ambiente descontraído que se viveu na Praia da Costa Nova, em Ílhavo, ao longo destes dois dias de arranque do campeonato mais perfumado do desporto de ondas nacional, sempre que entraram na água, todas as atletas deram o seu melhor em busca do melhor resultado, pelo que a competição foi sempre muito renhida.
O mar esteve à altura, com boas ondas e com as atletas, muitas delas já retiradas da competição, deram sempre o seu melhor, apesar do momento de forma menos bom ou do cansaço acumulado de algumas. Relembre-se que muitas das atletas presentes no ‘A MISS FAZ 20 ANOS’ já não estão no activo e um grupo significativo já soma mais de 40 anos. Aliás, a mais velha em prova tinha 48 anos, enquanto a mais nova apenas 12 anos. E para que o ambiente ainda se tornasse mais familiar do que o que já era, ao longo destes 20 anos, algumas das atletas levaram a sua prole para a praia, motivando já as próximas gerações para o bodyboard.
O dia de hoje reservou excelentes duelos, com diversas baterias a serem decididas com a última onda surfada e já nos derradeiros minutos dos heats.
A final foi um excelente exemplo da competitividade, com Joana Schenker a superiorizar-se a Mariana Rosa, depois de um heat muito renhido.
Joana Schenker começou por assumir a liderança, mas Mariana Rosa, a meio da bateria, respondeu à altura e passou a ocupar o primeiro lugar. No entanto, a atleta de Sagres, pentacampeã da Miss, ao surfar a melhor onda do campeonato (8.33 pontos) arrumou com a questão, reassumiu o comando da final e voltou a sagrar-se Miss Quebramar Cup, ‘baptizando’, em definitivo, o mar da Costa Nova como o Mar de Schenker.
Aliás, a Miss 2025 dominou em toda a linha, conseguindo as duas melhores ondas do campeonato (8.33 e 8.00 pontos) e os dois melhores scores (15.33 e 13.67 pontos).
No total, foram surfadas 170 ondas, que agoira serão convertidas em 170 euros para a Onda Solidária, a entregar à SIC Esperança.
Mariana Silva, da Figueira da Foz, em estreia absoluta na competição da Costa Nova, foi eleita Miss Simpatia da presente edição.
Amanhã e domingo são dias dedicados ao surf feminino com a disputa da prova a contar para o Nacional de Surf (Liga Meo Surf).
Estão inscritas oito jovens promessas do surf nacional, pelo que se espera uma competição interessante.
Um sucesso novamente foram as experiências de surf junto dos veraneantes, com miúdos e graúdos a experimentarem as sensações de deslizar nas ondas, que para a maioria foi uma estreia absoluta.
DECLARAÇÕES DAS ATLETAS
1ª JOANA SCHENKER: “Tenho a certeza de que o Mar da Costa Nova é generoso comigo e sempre que chego ao outsider digo-lhe: ‘Olá, cá estou eu outra vez. Estou muito contente por ganhar e por surfar bem, até porque o nível da competição foi alto. Estou super feliz por competir aqui na Costa Nova e quis cá vir para motivar a organização para termos aqui, novamente, um campeonato oficial, seja Nacional, seja Europeu. Este campeonato tem tudo para receber uma prova dessas, pois tem melhores condições do que muitas etapas desses circuitos. E foi muito bom ver que as ex-rivais, mesmo não estando activas, mostraram um bom nível. Foi um encontro muito bonito”.
2ª MARIANA ROSA: “Foi muito bom e superou completamente as minhas expectativas, mas é algo que não me surpreende, porque já sei que o campeonato aqui é sempre bom. Não tenho treinado muito e este mar é muito exigente, mas fiquei muito satisfeita com o que fiz. A final foi renhida, com boas ondas e teve um sabor especial porque já tinha tido aqui um confronto com a Joana e também foi muito renhido… e que ela também ganhou. Estou satisfeita e cansada”.
3ª CATARINA SOUSA: “Foi óptimo este regresso, muito bom mesmo. Já estava à espera que assim fosse, mas superou qualquer expectativa. Este é o mês mais difícil por é quando tenho mais trabalho a dar aulas de bodyboard, estou exausta, mas não quis deixar de vir. Vim em modo relax, mas não para brincar. O meu objetivo era fazer duas ondas por heat. O regresso à Costa Nova foi muito bom por encontrar ex-adversárias, mas amigas e, assim, motivámo-nos umas às outras”.
3ª MARIANA SILVA: “Correu muito bem, as ondas estavam boas, pareciam a onda lá de casa, e surfei bem, pelo que estou satisfeita. Só cá tinha vindo uma vez, com 12 anos e não competi, mas foi bom vir cá e conhecer as referências mais antigas do bodyboard. Houve sempre um ambiente de muita simpatia e foi bom ver algumas aqui com as filhas. Foi muito fixe, pois até deu para ver o que poderá ser o meu futuro. A organização é muito boa”.
